Retrospectiva

 Parece que foi ontem que, ao ter pedido ao Pistoleiro para me comprar uma palheta na loja de música Nostalgia, ele encontrou o Pastor. Palavra puxa palavra, numa altura em que eu e ele tínhamos saído das nossas respectivas tunas ( Vibratuna e Imperialix ), soubemos que o Pastor, tal como nós, queria fundar uma nova tuna. Uma tuna mista.
 "Ficaste com o número de telefone dele?" perguntei eu ao Pistoleiro. A ideia era apelativa e genial. Pegamos no agora falecido pegeot 206, pegamos igualmente na Soro e dirigi-mo-nos ao café concerto. Nós os quatro, sentados na esplanada, deliniamos o que seria a Associação Baco's D'ouro! Ideias para nomes? Eu estava cheia delas, mas sugeri Baco's Tuna. Cores? Vermelho e amarelo, pois então, a cor do vinho e da cerveja! Temos mais gente a querer entrar? Ah pois sim!, o Kinder, o Super Individuo, o Salvatore, o Zaquim, o Toine, o Atum, o Alcagoita, o Poncha, as minhas queridas Trax Trax, Coija e Nenhuma. Primeiro ensaio com a força toda, no Jardim da Carreira. Eleição de Magister por unianimidade.

 A partir de então, peguei no touro pelos cornos. Custou, o trabalho foi muito e árduo. Mas a vontade dos tunos era fenomenal. A nossa música sempre foi e sempre será feita com o sentimento. é o suficiente para contagiar. Tivémos o nosso primeiro ponto alto: a actuação no colégio da boavista. Vibramos, fizemos vibrar. Nem precisamos de ter ratas como mascote. Mostramos que  éramos capazes. Continuamos a fazê-lo.

 Temos passado momentos dificeis. Dos fundadores fiquei eu. De tantos ficamos onze. Recentemente sairam três pilares da tuna. Assustei-me, pois achei que nao seriamos capazes de dar a volta por cima. Enganei-me redondamente. Estamos fortes, estamos implacaveis. Estamos unidos.

 Somos uma irmandade. Somos músicos.

 É com sentimento que vejo este nosso, este meu pequeno projecto florir. Finalmente somos grandes. E tudo porque somos nós.